O Fórum Nacional de Rádios Comunitárias (FORCOM) defendeu recentemente na Conferência Nacional da Rapariga, realizada no Hotel Rovuma nos dias 12 e 13 do mês, a necessidade de-se massificar mais informação sobre a rapariga com o objectivo de lutar contra os casamentos prematuros, fístulas obstétricas, violência baseada no género entre outros assuntos de relevo.
Esta posição do FORCOM resulta do facto de as comunidades principalmente as rurais serem as mais afectadas por estes problemas e a falta de acesso a informação ser apontado como uma das principais causas destes constrangimentos a nível das raparigas, um grupo considerado vulnerável.
Para Luísa Banze, Oficial de Formação e de Produção de Conteúdos, a média desempenha um papel crucial na disseminação de informação para as raparigas, pois, dá-lhes a conhecer dos seus direitos e deveres e saberem como se defender das possíveis arbitrariedades cometidas contra elas.
“Nós como Rádios Comunitárias procuramos disseminar programas com uma diversidade de temas sobre direitos sexuais e reprodutivos com maior enfoque para casamentos prematuros, fístulas obstétricas e violência baseada no género”, disse Luisa Banze, acrescentando que para Redução dos problemas que afectam a rapariga e a criança, o FORCOM elaborou em 2010 uma política de género com o objectivo de promover o acesso a informação da rapariga no que diz respeito aos seus direitos e deveres através de programas produzidos nas Rádios Comunitárias feitos pelas raparigas para raparigas.
Dados divulgados pelo Unicef confirmam que 40% das raparigas Moçambicanas dos 15 aos 19 anos vivem maritalmente e apenas 1/3 (um terço) das raparigas é que consegue concluir o nível primário, devido ao abandono escolar por conta das gravidezes precoces e casamentos prematuros aliados à práticas culturais como ritos de iniciação.
Há que frisar que Moçambique tem uma das maiores taxas de casamentos prematuros do mundo onde ao nível de África ocupa a 6 ª posição, e, na região da África Austral e Oriental ocupa a 2ª posição.
O evento foi organizado pela CECAP (Coligação para a Eliminação dos Casamentos Prematuros) em parceria com mais de 150 organizações da sociedade civil, onde o FORCOM fez parte.