Com o apoio da OSISA, a Rádio Comunitária Voz Coop lançou no dia 29 de Junho o programa “Casamento Só mais Tarde” com o intuíto de sensibilizar e consciencializar a comunidade sobre o quão prejudicial é a prática dos Casamentos Prematuros.
O programa enquadra-se na campanha radiofónica contra os Casamentos Prematuros, iniciada em 2015 pelo FORCOM envolvendo 12 Rádios Comunitárias, com a finalidade de contribuir para a reducção da prática.
Em representação da Wlsa Moçambique, Romão Kumenya aponta os Casamentos Prematuros como a face negra da discriminação da mulher e afirma que tem que se Educar a sociedade, pais e encarregados de Educação através de políticas e leis claras para a reducção da prática. “A nossa sociedade define o indivíduo em função do sexo e por essa razão olha-se para as mulheres como pessoas que tem valor inferior em relação ao homem. Daí a concepção de que a mulher foi feita para casar, para se ocupar com actividades domésticas e fazer filhos. Essa visão, contribui para a privação dos direitos humanos da mulher e, os casamentos prematuros são a face negra dessa discriminação. Por isso, nós como Wilsa identificamos os casamentos prematuros como uma clara violação dos Direitos Humanos das Raparigas e para reverter a situação, é priciso educar os pais, naõ através de um mero exercício de persuasão mas sim mediante políticas claras para o combate a prática” frisou Kumenya.

Por outro lado, Brígida Jaime Macamo em representação à Direcção Nacional de Género, Criança e Accção Social, destaca a pobreza, práticas culturais e superstição como factores que propiciam os Casamentos Prematuros e apela a toda comunidade moçambicana a arregaçar as mangas para o combate a este mal. “As nossas filhas já não estudam, tem medo de conviver com as outras porque estão desgraçadas e desvalorizadas. E, se calhar seriam as ministras e directoras do amanhã. Doe muito vermos raparigas desgraçadas por conta do Casamento Prematuro por isso apelo a todas as comunidades e familias e as próprias crianças a trabalharmos arduamente contra os Casamentos prematuros” Afirmou, preocupada, a Técnica Professional de Educação de Infância.
O programa foi transmitido ao vivo e em directo através da frequência 101.4FM e contou com a participação de Raparigas e Rapazes Estudantes, Pais e Encarregados de Educação e com algumas instituições Governamentais e Não-Governamentais que trabalham em prol dos direitos das Mulheres e Raparigas como é o caso da Wlsa Moçambique, Hopem, Coalizão, CECAP, Associação Hixikamwe – SAAJ do Bagamoyo, Acção Social, Educação, líderes religiosos, secretários de bairros e congregações religiosas.